Vitiligo é uma doença de pele que causa manchas brancas pelo corpo.
Apesar de não causar dor, coceira ou ardência, muitos pacientes com essa doença se sentem constrangidos com a aparência da mancha, afetando bastante a autoestima.
Essa não é uma doença rara. Algumas casos famosos são o da modelo canadense Winnie Harlow e o do falecido astro do pop Michael Jackson.
Nesse texto, vamos entender um pouco mais da doença e como podemos tratá-la, retomando a cor das manchas.
Qual é o médico que trata Vitiligo?
O dermatologista é o médico especialista no tratamento de doenças da pele, cabelos e unhas.
Por isso, ele é o melhor profissional para o diagnóstico, acompanhamento e tratamento do paciente com manchas da pele.
O Dr. Gabriel de Amorim é dermatologista especialista no tratamento do vitiligo.
Com experiência no acompanhamento de pacientes com vitiligo por mais de 7 anos, o Dr. Gabriel já diagnosticou e tratou vários pacientes com o problema.
Na plataforma do Doctoralia, o Dr. Gabriel acumula quase 200 avaliações nos últimos 12 meses.
Qual a causa do vitiligo?
O vitiligo é uma doença de pele causada pela genética. A pessoa que tem vitiligo possui a doença registrada no seu código genético.
As manchas pode surgir em pessoas de qualquer idade, sexo ou etnia. É mais comum que a doença surja pela primeira vez antes dos 20 anos de idade.
1% da população mundial tem vitiligo.
Frequentemente o vitiligo começa a aparecer na pele do paciente após algum “gatilho”. Esse gatilho costuma ser algum problema de saúde ou algum momento depressivo ou de humor alterado.
Por causa disso, muitos pacientes acham que a causa das manchas brancas é a depressão. Veja bem, se a depressão fosse a causa do vitiligo, todos os pacientes depressivos teriam manchas brancas.
Na verdade, os momentos depressivos ou de mudança do humor são apenas a faísca para começar o problema. Só tem vitiligo quem tem genética para isso.
As mudanças emocionais, além de serem a faísca, também podem colocar mais lenha na fogueira. Ou seja, o paciente com manchas que continua passando por momentos depressivos pode acabar espalhando ainda mais o vitiligo.
Sendo assim, é importante entendermos que os momentos depressivos não são a raiz do problema, mas influenciam bastante nas manchas e merecem atenção.
Por que as manchas do vitiligo surgem?
Acredita-se que o vitiligo é uma doença autoimune. Isso significa que ela é causada pelas próprias células de defesa do nosso corpo.
De maneira simples, o que acontece é que as células de defesa daquela região da pele ficam confusas e começam a enxergar o pigmento da pele como um inimigo.
Essas células de defesa então começam a atacar o pigmento da pele, deixando a pele branca.
Boa parte dos tratamentos que usamos para o vitiligo são justamente para acalmar essas defesas e impedir o ataque ao pigmento.
Apesar dessa confusão das defesas da pele, fique tranquilo: as defesas da pele só estão confusas naquele lugar das manchas.
As defesas do resto da pele, do sangue e dos órgãos continuam funcionando muito bem. O paciente com a doença não tem imunidade ruim.
Como são as manchas do vitiligo?
O vitiligo causa manchas brancas em qualquer lugar do corpo. A mancha do vitiligo é bem branca, completamente sem pigmento.
Alguns pacientes possuem apenas uma ou algumas pequenas manchas. Outros pacientes possuem grandes áreas do corpo sem cor.
A extensão das manchas depende principalmente da genética do paciente, mas também do emocional, de outros problemas de saúde do paciente, do tratamento das manchas, etc.
Alguns pacientes se incomodam com o aspecto das manchas, causando constrangimento.
Se as manchas de pele surgirem em regiões com pelos, os pelos também podem ficar brancos.
Apesar de tudo isso, as manchas felizmente não causam dor, coceira ou ardência. Não há mudança na textura da pele. O vitiligo também não causa problemas nos órgãos internos – a doença acontece apenas na pele.
Como diagnosticar o vitiligo?
O diagnóstico do vitiligo é feito através da avaliação médica. O dermatologista é o médico mais capacitado para diagnosticar essa doença. Geralmente, não são necessários exames para confirmar o diagnóstico.
É muito comum receber pacientes no consultório com outros tipos de manchas claras no corpo, achando que tem vitiligo.
Existem diversos tipos de manchas claras ou brancas que podem surgir no corpo – desde micoses simples até linfomas graves. Cada uma delas é tratada de uma maneira.
Sendo assim, a avaliação do dermatologista é essencial para confirmar a doença e iniciarmos o melhor tratamento para cada caso.
Uma das ferramentas que podemos usar no consultório para facilitar o diagnóstico é a Luz de Wood, uma lâmpada fluorescente que deixa as manchas do vitiligo azul brilhante.
Nos casos em que a avaliação no consultório não é o suficiente para confirmar o diagnóstico, podemos fazer uma biópsia da mancha.
É um procedimento simples, realizado no próprio consultório, em que tiramos um pedacinho de 3 ou 4 milímetros de pele para mandar para análise no laboratório.
Nenhum exame de sangue feito pelos laboratórios é capaz de diagnosticar o vitiligo.
Entretanto, quando encontramos um paciente com esse problema de pele, solicitamos exames da tireoide para verificar se o órgão está funcionando bem.
Isso porque pacientes com genética para vitiligo podem também ter genética para problemas da tireoide.
A tireoide é um pequeno órgão que fica no pescoço e é responsável por produzir alguns hormônios. Esses hormônios são importantes, servindo como um combustível para o corpo.
Tratamento do vitiligo
O paciente com vitiligo costuma chegar ao consultório muito incomodado com as manchas, constrangido com o aspecto da pele e com os olhares tortos que recebe.
Como as manchas podem surgir até no rosto, nem sempre é possível esconder ou disfarçar completamente a mudança de cor.
A primeira coisa que temos que entender do vitiligo é algo que já citamos nesse texto: o emocional influencia muito no surgimento e no crescimento das manchas.
Os pacientes que tem vitiligo há muito tempo já sabem que as manchas costumam crescer e piorar naqueles momentos mais frágeis do emocional.
Por isso, é muitíssimo importante que o paciente que está passando por um momento grave de fragilidade emocional procure ajuda com psicólogo e/ou psiquiatra.
Depressão, ansiedade e outros problemas de humor costumam ser tratados como bobagem, mas são doenças e devem ser cuidadas.
Pacientes com vitiligo e depressão que não acompanham com psicólogo ou psiquiatra costumam não ter bons resultados no tratamento do vitiligo.
Dito isso, podemos partir para o tratamento específico do vitiligo.
Existem diversas pomadas que podem ser utilizadas no tratamento do vitiligo. A escolha da pomada depende principalmente do local e do tamanho da mancha.
Importante lembrar que os cremes e pomadas também são remédios e, por isso, tem efeitos colaterais.
Alguns cremes podem dar estrias, afinar a pele e deixar vasos de sangue aparentes quando usados da maneira errada. Por isso a importância de acompanhar com o médico.
Outra opção de tratamento são os banhos de luz. Algumas doenças de pele melhoram quando fazemos tratamentos com banhos de luz; o vitiligo é uma delas.
Para os banhos de luz, utilizamos lâmpadas específicas e/ou aparelhos especiais, que emitem a luz no comprimento de onda correto, “tirando a inflamação” da pele e melhorando as manchas.
Quando não temos essa opção facilmente disponível, banhos de sol também funcionam.
O tratamento com luz, seja com lâmpadas ou com o sol, deve ser feito com orientação do dermatologista, pois existe o risco de queimaduras e desenvolvimento de câncer de pele.
Nos casos mais graves, podemos utilizar comprimidos e injeções. São considerados casos graves aqueles que estão se espalhando muito rapidamente ou que já são muito extensos.
Existem também cirurgias de transplante dos melanócitos, que são as células que dão cor à pele. Essas células são colocadas nas manchas sem cor para estimular a pigmentação do local.
O paciente deve estar ciente de que o tratamento do vitiligo não é rápido. Ele exige muita dedicação do paciente e pode demorar meses ou até anos para pigmentação completa.
Algumas áreas do corpo pigmentam mais rapidamente, principalmente as regiões com pelos. O rosto, por exemplo, é uma área que costuma causar muito sofrimento, mas que volta a pigmentar mais rapidamente.
Outras áreas demoram muito tempo ou não conseguem voltar com a cor em 100% das manchas. Isso pode acontecer nas mãos e pés, por exemplo.
Isso porque as regiões do corpo que sofrem muitos machucados ou atritos podem ser mais difíceis de pigmentar. Como estamos andando e usando as mãos o tempo todo, essas áreas acabam sofrendo com o vai e volta da cor.
Quando o paciente consegue reverter as manchas, ele pode parar o tratamento. Mas ele deve saber que as manchas podem voltar no futuro, pois a genética continua no corpo.
Sendo assim, ao menor sinal do retorno das manchas, o ideal é procurar logo o dermatologista e iniciar o tratamento rapidamente. Isso evita que a mancha cresça demais, aumentando a dificuldade do tratamento.
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Fontes:
Vitiligo – Sociedade Brasileira de Dermatologia
Vitiligo traz alterações estéticas, mas não é transmissível nem causa limitações à saúde – Fiocruz
Saúde Sem Complicações #87: Vitiligo – Jornal da USP
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