Dr. Gabriel de Amorim

O câncer de pele é extremamente comum em todo o mundo. Nos últimos anos no Brasil, foram diagnosticados cerca de 50 mil casos por ano apenas no SUS. E acredita-se que esses números sejam ainda maiores. 

Existem diversos tipos de câncer de pele. É importante conhecermos alguns detalhes sobre os principais tipos para sabermos nos proteger e, principalmente, identificar sinais do surgimento de uma lesão suspeita.

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Quem faz o diagnóstico e tratamento do câncer de pele?

O médico dermatologista é o especialista capaz de suspeitar, investigar, diagnosticar e tratar o câncer de pele.

Durante a formação do dermatologista, o treinamento para identificação do câncer de pele é intenso, tornando-o apto a suspeitar até das lesões mais discretas.

O médico dermatologista também trata o câncer de pele. Na maioria das vezes, essas lesões são tratadas com cirurgia e o procedimento é realizado pelo próprio dermatologista.

São raros os casos em que precisamos de um colega de outra especialidade (cirurgião plástico ou oncológico, por exemplo) para auxiliar no tratamento.

Além disso, devido nossa especialidade no assunto, conseguimos administrar o tratamento curativo menos agressivo, sem grandes cortes desnecessários.

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O Dr Gabriel é dermatologista e atua na parte clínica e cirúrgica, diagnosticando e tratando doenças de pele, incluindo o câncer de pele.

É experiente na realização de check-up dermatológico para investigar possíveis lesões suspeitas, no diagnóstico das lesões e nas cirurgias curativas.

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O que é o câncer de pele?

O câncer de pele é uma proliferação de células malignas da pele. Essa proliferação forma tumores (caroços) que crescem progressivamente e, dependendo do tipo do câncer, podem causar diversos prejuízos:

  • comprimir outras partes do corpo;
  • Transformar-se em feridas e úlceras;
  • Gerar metástases, espalhando pelo corpo.

Existem três tipos mais comuns e mais importantes de câncer de pele no nosso dia-a-dia. São eles:

  • Melanoma;
  • Carcinoma basocelular (CBC);
  • Carcinoma espinocelular (CEC, também chamado de carcinoma de células escamosas).

Cada câncer possui diversos subtipos. Esses subtipos servem para dar mais detalhes do câncer do paciente. Eles podem representar formas mais leves ou mais graves do câncer. Também ajudam a escolher o melhor tratamento para cada caso.

Podemos definir o subtipo do câncer através da biópsia ou do aspecto do câncer, por exemplo.

Essa classificação é muito técnica e só descobrimos após uma boa investigação do caso. Esses são os nomes de alguns subtipos de câncer de pele:

  • Melanoma: extensivo superficial, nodular, lentigo maligno e acral-lentiginoso;
  • CBC: superficial, nodular, micronodular, infiltrativo, esclerodermiforme e metatípico.
  • CEC: in situ (também chamado de Doença de Bowen), acantolítico, verrucoso, etc.

Quais os fatores de risco para o câncer de pele?

Cada câncer de pele tem fatores de risco específicos, mas de uma maneira geral, essas são as condições que podem predispor ao câncer:

  • Exposição solar frequente;
  • Queimaduras solares (quando ficamos muito vermelhos, descascando e/ou com bolhas);
  • Bronzeamento (natural ou artificial);
  • Pessoas com pele clara, olhos claros e/ou cabelos claros;
  • História familiar de câncer de pele (predisposição genética);
  • História pessoal de câncer de pele (quando a pessoa já teve câncer de pele antes);
  • Algumas síndromes genéticas, como albinismo e xeroderma pigmentoso;
  • Algumas condições que afetam a imunidade, como linfoma, transplante de órgãos, leucemia, HIV, medicações imunossupressoras;
  • Ter muitas pintas no corpo;
  • Ter mais de 50 anos;
  • Morar em cidades com clima ensolarado;
  • Especialmente para o melanoma, história familiar de câncer de pâncreas, câncer renal, câncer de mama, astrocitoma, melanoma ocular, mesotelioma.
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Podemos notar que um fator de risco importante é a queimadura da pele com o sol ou com bronzeamento artificial. Quanto mais tempo de exposição ao sol ou queimaduras durante a vida, maior a predisposição. 

Mesmo que a exposição ao sol tenha acontecido há anos ou décadas, o sol danificou as células da sua pele e esse dano fica “guardado”, podendo desenvolver o problema no futuro.

Por causa disso, não é raro encontrar pacientes com câncer de pele que não se expõem atualmente ao sol, mas tem histórico de exposição solar intensa há algum tempo atrás.

Como é o câncer de pele? Quando suspeitar de uma lesão de pele?

O câncer de pele pode se surgir de diversos aspectos, em toda a pele do corpo. Entretanto, algumas características são bem frequentes:

  • Lesões em áreas que são mais expostas ao sol merecem atenção (rosto, pescoço, orelhas, couro cabeludo, braços);
  • Caroços novos, de surgimento recente, não importando a cor: vermelho, preto, branco, cor da pele, com pontinhos coloridos;
  • Ferida que não cicatriza: uma casquinha que surge na pele, parece que está cicatrizando, mas logo em seguida volta a ferir, inclusive com pequenos sangramentos;
  • Não precisa doer, coçar, arder – geralmente o paciente não sente nada;

O melanoma também pode aparecer debaixo das unhas. É o que chamamos de melanoma ungueal. Geralmente, ele aparece como estrias (manchas lineares) escurecidas em uma unha.

Vale lembrar que nem toda estria escurecida nas unhas é melanoma – alguns pacientes tem estrias nas unhas que são apenas “pintas” ou manchas benignas, sem prejuízo algum para o corpo.

Entretanto, se surgiu uma estria recente ou uma estria antiga aumentou, é importante a avaliação dermatológica.

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O “ABCDE” do melanoma – 5 sinais de alerta para o câncer de pele

Os dermatologistas criaram essa regrinha simples para ajudar os pacientes a identificarem lesões suspeitas do câncer de pele melanoma no próprio corpo.

Esse método não serve para diagnosticar, mas ajuda bastante a percebermos em casa se uma lesão é suspeita ou não.

  • A: Assimetria – se traçarmos uma linha na metade da pinta, as duas metades devem ser simétricas ou muito parecidas. Caso as duas metades sejam muito diferentes, a lesão é suspeita.
  • B: Bordas – se as bordas da lesão são borradas e/ou tem formatos muito diferentes (dentadas, com sulcos), essa lesão é suspeita.
  • C: Cor – Quando a pinta apresenta várias cores diferentes (marrom, branco, preto, vermelho) ou quando apresenta vários tons da mesma cor distribuídos irregularmente (vários tons de marrom na mesma pinta), essa lesão é suspeita.
  • D: Diâmetro – quando maior que 6 mm (o tamanho aproximado de uma borracha de lápis), essa lesão também é suspeita.
  • E: Evolução – se a lesão vem mudando de formato, cor e/ou tamanho com o passar do tempo, ela também é suspeita.

Caso você avalie uma lesão sua ou de um parente e perceba um dos sinais do ABCDE, você deve falar com um dermatologista.

Como diagnosticar um câncer de pele

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Uma lesão suspeita deve ser examinada pelo dermatologista. No consultório, podemos realizar a dermatoscopia, um exame da lesão com uma lupa.

Esse exame mostra vários detalhes da lesão, dando mais informações para fortalecermos ou descartarmos uma suspeita.

Quando uma lesão é suspeita, realiza-se a biópsia, que é a retirada de um pedacinho da lesão (ou da lesão completa) para análise no microscópio por um médico patologista.

Se for confirmado um câncer de pele, partimos para o tratamento.

Como tratar um câncer de pele

O tratamento mais comum e mais acessível é a cirurgia. A retirada completa da lesão com margens cirúrgicas (isto é, com um pouco de pele ao redor da lesão) costuma resolver o problema, principalmente nos cânceres de pele não melanoma (carcinoma basocelular e espinocelular).

Como esses cânceres geralmente não se espalham com facilidade através de metástases, a cirurgia geralmente é curativa.

Apesar de aparentemente simples, a cirurgia é um tratamento que precisa ser realizado analisando diversos fatores: idade do paciente, tamanho da lesão, agressividade do tumor, localização da lesão.

Quando a lesão é muito grande e/ou localizada perto de áreas “nobres”como os olhos, boca e nariz, a cirurgia pode prejudicar a funcionalidade desses órgãos – por exemplo, dificultando a piscada, o fechamento e mobilidade da boca, a respiração, além do prejuízo estético.

Por isso, quanto antes diagnosticarmos a lesão, menor ela será, o que tornará a cirurgia mais simples e menos mutilante.

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No caso do melanoma, o tratamento exige mais cuidados.

Quando diagnosticamos uma lesão que está muito profunda na pele, existe a chance de metástases. Nesses casos, além da cirurgia, o paciente passará por uma investigação rigorosa a procura de metástases e, caso identificadas, elas devem ser tratadas.

Pode ser necessária a retirada de linfonodos comprometidos com o câncer, a realização de quimioterapia, entre outros tratamentos.

O melanoma também exige um acompanhamento mais de perto mesmo após o tratamento, justamente pelo risco de espalhar pelo corpo, tornando-se mais agressivo.

Lesões que demoram a ser diagnosticadas e tratadas podem crescer demais, dificultando o tratamento.

O melanoma na unha, por exemplo, quando muito grave, pode levar à amputação do dedo. Um melanoma com metástase para outros órgãos pode ser fatal.

Além da cirurgia, também existem outros métodos de tratamento: quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, crioterapia, curetagem, entre outros.

A escolha do melhor tratamento para o paciente envolve diversos fatores, como disponibilidade do tratamento na região, agressividade e tamanho do tumor, localização do tumor, comorbidades do paciente, entre outros. 

Não deixe para depois

Quanto antes o câncer de pele for diagnosticado, melhor para o paciente. Mais chance de cura, tratamento menos agressivo, recuperação mais tranquila, menor risco de uma maneira geral.

Se você tem alguma lesão suspeita ou conhece alguém que precisa de avaliação, procure um dermatologista.

Links externos: 

Informações gerais sobre o melanoma – Grupo Brasileiro de Melanoma

Rede pública de saúde diagnostica quase 300 mil casos de câncer de pele em 10 anos, aponta Sociedade Brasileira de Dermatologia

Carcinoma basocelular – Drauzio Varella

Carcinoma espinocelular – Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica

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